Minha primeira lembrança de ter sofrido bullying vem da época em que estudava na Escola Mickey. Fiquei por lá desde a Educação Infantil até a 3ª série do Ensino Fundamental.
Lembro-me muito bem no dia em que um caminhão estacionou logo na entrada da escola carregado de tubulações de concreto. Todos começamos a especular o Tia Aninha (a diretora do Mickey) queria com aquilo.
Ninguém imaginava que algumas semanas depois eles formariam "O Trenzinho", nome como ficou conhecido o brinquedo mais solicitado do playgroud, cuja forma lembrava os vagões de um trem. Um tubo grande era o principal e a cauda do Trem, tinha metade da espessura do tubo da foto.
Um dia, enquanto brincava no interior do Trenzinho, fui preso na cauda - junto com outros - por um grupo da minha sala que - vamos dizer - não iam muito com nossa cara. Meus amigos logo fizeram o que eles queriam para que fossem libertados. Eu não.
O grande problema, vejam vocês, não era ficar preso. Nunca fui claustrofóbico, aguentaria o tempo que fosse até que os meninos cansassem. Mas, eles não se cansavam... Fiquei todo o recreio de castigo, por não falar o que queriam escutar.
Fato: jamais assumiria, muito menos na frente de várias meninas da minha sala, que nunca havia beijado uma garota antes. Pode parecer besta agora, mas diga isso para um cara cujo melhores amigos eram um negro que estudava com bolsa, um cara que usava óculos fundo-garrafa e um outro cujo apelido era Babão. Eu era o Cabeça. Era exemplo. Tinha que resistir.
Mais tarde naquele mesmo ano rolou ainda uma rixa entre as máfias (dos mais velhos aos mais novos) que disputavam para ver quem teria o controle do brinquedo. A direção da escola, quando viu a confusão que causara, preferiu preencher o interior dos tubos com concreto. Trenzinho passou a ser mera decoração de entrada. No entanto, já era tarde. Outras crianças também ficaram presas graças a essas brigas e muitos não tem boas lembranças do brinquedo. Inclusive meu próprio irmão, não é Lucas?
Um dia, enquanto brincava no interior do Trenzinho, fui preso na cauda - junto com outros - por um grupo da minha sala que - vamos dizer - não iam muito com nossa cara. Meus amigos logo fizeram o que eles queriam para que fossem libertados. Eu não.
O grande problema, vejam vocês, não era ficar preso. Nunca fui claustrofóbico, aguentaria o tempo que fosse até que os meninos cansassem. Mas, eles não se cansavam... Fiquei todo o recreio de castigo, por não falar o que queriam escutar.
Fato: jamais assumiria, muito menos na frente de várias meninas da minha sala, que nunca havia beijado uma garota antes. Pode parecer besta agora, mas diga isso para um cara cujo melhores amigos eram um negro que estudava com bolsa, um cara que usava óculos fundo-garrafa e um outro cujo apelido era Babão. Eu era o Cabeça. Era exemplo. Tinha que resistir.
Mais tarde naquele mesmo ano rolou ainda uma rixa entre as máfias (dos mais velhos aos mais novos) que disputavam para ver quem teria o controle do brinquedo. A direção da escola, quando viu a confusão que causara, preferiu preencher o interior dos tubos com concreto. Trenzinho passou a ser mera decoração de entrada. No entanto, já era tarde. Outras crianças também ficaram presas graças a essas brigas e muitos não tem boas lembranças do brinquedo. Inclusive meu próprio irmão, não é Lucas?
No prédio onde ficava a escola funciona atualmente um novo colégio. No lugar onde ficava o Trenzinho foi erguido um desses playgrouds de metal pré-fabricados. A fachada, o nome e os alunos do colégio são outros. Mas, o bullying ainda está por aí.
Escrevo isso em 2023 como um adento a essa postagem: é tudo #vidareal mesmo. Não é #scifi.