De Zero a Cem

Dia 731

"Afinal, o que faz um analista de mídias?"

Foi com essa pergunta que iniciei a primeira entrevista em vídeo de minha carreira. Assim mesmo: comecei com um afinal, acredita? O nervosismo, a pressão e a expectativa contriburam para a gafe na hora do gravando; Mas, vamos por partes que eu explico tudo...

Desde a primeira edição do workshop Estado de Minas: Em Pauta, ocorrida há quase um ano aqui na universidade, me perguntava quem/qual seria o profissional responsável por entender e propor soluções a um grande conglomerado midiático frente aos desafios que as novas mídias nos apresentam.

Este aqui do lado é Robson Leite. Ele é analista de mídias convergentes do grupo de comunicação Diários Associados, que além uma pá de empresas pelo país, controla em Belo Horizonte o jornal Estado de Minas, a TV Alterosa, a Rádio Guarani e o portal UAI, entre outras empresas.

Na noite da última quarta dia 18 , Robson esteve aqui em Viçosa para ministrar a palestra A Connvergência de Mídias no grupo Diários Associados/MG  durante a II Aula Inaugural do curso de Comunicação Social da UFV. Ele contou como o processo de convergência foi iniciado em 2007 com a integração do portal UAI na redação da TV Alterosa; falou sobre os cursos pelos quais os profissionais do grupo passam, bem como utilizou como exemplo reportagens realizadas pelo grupo que apontam tendências e experimentações no jornalismo.

Robson Leite e o professor Carlos D'Andréa na noite de quarta-feira (18)

Acredito que a principal mensagem deixada pelo analista é a idéia de que os conteúdos das ações convergentes, nome como são classificadas as reportagens que atravessam os veículos do grupo, não são concorrentes, como consumavam pensar os editores; e sim são complementares. Para exemplificar essas afirmações, Robson utilizou uma das metáforas mais bem colocadas na palestra, quando disse que as histórias contadas por meio dessas ações provocam uma espécie de efeito dominó: depois que cai (lida, ouvida ou assistida) a primeira peça (reportagem), as outras vão em sequência, fechando um ciclo (uma completando a outra).

Pensando nisso, o desafio agora - pelo menos na minha opnião - é encontrar novos formatos para essas reportagens, justamente porque pelo que percebi - ainda não acompanhei um ação convergente - as técnicas jornalísticas redacionais, bem como as passagens em vídeos ou as edições no aúdio, por exemplo, permanecem ainda como nas mídias comuns. A convergência acontece apenas na cabeça do espectador/ouvinte/usuário.

Um pouco mais cedo naquele mesmo dia, conversei com Robson em uma entrevista gravada em vídeo pelo Luiz Nemer e pela Michelly Oda. Perguntei algumas das questões das quais posteriormente ele falaria na palestra, somadas a indagações pessoais, incluindo uma pergunta que faço todas as vezes que encontro um palestrante que possa falar sobre conteúdos colaborativos.
Como o conteúdo gerado pelo usuário vai influenciar na linha editorial dos veículos que os recebem?
O resultado vocês poderão conferir até o próximo Domingo, prazo final que o D'Andréa nos deu para editar os conteúdos. Aguardem.
A primeira foto é do Rodrigo Vaz e a segunda de Maristela Leão.

Dia 720

Faz pouco mais de uma semana que iniciei meu 5º período em Jornalismo. Esse, segundo alguns de meus veteranos, é um dos momentos mais complicados no curso aqui da UFV, justamente pelo acúmulo de disciplinas práticas com demandas e cargas horárias muito pesadas.

Às segundas e terças curso a disciplina Edição, que por aqui é responsável pelo jornal laboratório OutrOlhar (cuja última edição você confere aqui). A atual proposta gráfico-editorial foi criada pelo professor Joaquim Lannes, também jornalista responsável pela publicação, cujo público alvo são os alunos de Ensino Médio de escolas públicas na cidade de Viçosa. Nesse semestre, devido a uma licença médica do referido professor, o jornal ficará sob o olhar de Ricardo Duarte, também da área de impresso no curso.

Na aula de hoje foi-nos apresentado o filme O Preço da Verdade, que entre outros assuntos discute a responsabilidade do jornalista com a veracidade das informações em uma matéria. Não sei se foi essa a real intenção do professor, mas o filme me fez pensar ainda mais sobre o funcionamento de uma redação jornalística. De fato, é complicado aproximar algumas das situações com a redação de um jornal laboratório, mas muito do corporativismo denunciado no filme é de fácil reconhecimento nas disciplinas responsáveis pela edição desse veículo em cursos de jornalismo no país. Digo isso não só por experiência própria, mas por relatos de colegas em outras universidades. Confiram o trailer e posteriormente o filme e tirem suas próprias conclusões.



Na próxima edição do jornal meu grupo será responsável pela editoria de Meio Ambiente. Assim, procurando sair do lugar comum, farei uma reportagem sobre Ciberativismo Verde.  entrei em contato com o Greenpeace, a WWF  e o João Caribé criador da rede social Ciberativismo no Ning. Aguardando respostas.