Somos todos calouros (parte 1)
Mais ou menos nessa mesma época no ano de 2007, quando soube que definitivamente não havia sido aprovado em nenhuma universidade pública, uma desesperança imensa me abateu. A decepção era clara e estava estampada na face de meus pais, meu irmão e de grandes amigos. Todos aqueles que depositaram suas esperanças em mim. Claro, um cara com o aquele histórico escolar não poderia ter falhado na única seleção que realmente importou-se durante toda sua vida. Novamente.
Um ano antes a resultado havia sido o mesmo e várias foram as justificativas: falta de atenção somada a facilidade de dispersão, já caraterísticas de minha personalidade; perda de foco, talvez graças ao acúmulo de funções no fim do ensino médio devida a comissão da problemática formatura; ou seria o excesso de auto-confiança, que me impediu de fazer o famigerado cursinho pré-vestibular naquele ano. Uma coisa era certa, não haveria outra chance porque eu não a queria.
Essas justificativas, por mais lógicas, não faziam sentido pra mim. Eu não queria mais persistir em um erro. Estava esgotado. Aquele sistema não era pra mim, eu não era – segundo as regras aplicadas naquele momento, apto a ingressar no maravilhoso mundo acadêmico. Eu estava fora, mais uma vez, dos rumos tão sonhados por nossa sociedade.
Continua...